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  • Foto do escritorTerapeuta Chalaina silvia anjos

Terapia Sistêmica: onde tudo começou?



Já ouviu falar em Terapia Sistêmica?

Eu sou suspeita de contar para vocês porque sempre fez muito sentido para mim o olhar para o mundo como um sistema que troca com vários outros sistemas...Esse mundo “ cartesiano, de causa e efeito linear, de total neutralidade no olhar para um fenômeno” sempre me soou como uma necessidade humana de segurança e controle, mas que no fim não se sustenta na prática.

Bom, essa abordagem nasce com um antropólogo inglês chamado Gregory Bateson, na década de 50.

De lá pra cá, muitos outros estudiosos somaram e contribuíram para o enriquecimento do pensamento sistêmico, e de recursos terapêuticos que acolham a mente como um fenômeno Sistêmico, em sua complexidade, trazendo a linda compreensão de que o “Todo sempre será maior do que a soma de suas Partes”. Parece intrigante para ti essa afirmação?

Deixa eu te dar um exemplo: Vamos supor que um homem apresentou Alzheimer durante seu final de vida, mas seus dois filhos, mesmo tendo a memória genética da doença trazida pelo seu pai, tiveram finais de vida diferentes, um apresentou Alzheimer e o outro não. No pensamento linear: se o pai teve Alzheimer é lógico que os filhos vão ter. No pensamento sistêmico haverá uma interação de sistemas da memória genética da doença trazida pelo pai, com diversos outros sistemas como: a percepção de mundo desse filho, as escolhas de vida, o ambiente vivenciado por ele, suas crenças , sua percepção espiritual,...tudo isso manifestará ou não a doença no filho.

Então olhar para o Todo sempre trará uma composição única e singular, diferente da redução a somar de suas partes.

A Terapia Sistêmica propõe olhar para o humano em sua complexidade, instabilidade e intersubjetividade. Considerando que um organismo vivo está em constante movimento, quanto mais queremos controlar ou estabilizar a vida, mais nos frustramos. O adoecimento nessa perspectiva se dá exatamente pela estagnação ou cristalização do movimento da vida. Essa estagnação é multifatorial, integrando questões: da nossa história de vida, dos padrões ancestrais familiares, dos desafios ambientais, dos padrões culturais, etc. Quanto mais conhecemos os papeis que ocupamos nas nossas relações, mais fluido se torna nossa ação na vida.


Compreender os sistemas que nos compõem nos possibilita ser mais resolutivos em nossas respostas as demandas da vida. Um dos princípios básicos da Terapia Sistêmica é a "Causalidade Circular" e a "Quebra da Neutralidade" entre quem olha, e quem é visto. No olhar sistêmico, olhar um fenômeno buscando uma causa linear e neutralizando os sistemas que o compõem, é uma forma distorcida de intervenção diante dos organismos vivos. O contexto é muito importante para compreender, por exemplo, um adoecimento humano. Da mesma forma, o terapeuta sempre trará o seu contexto, a sua pessoalidade , para dentro da terapia, pois é justamente o seu olhar singular que poderá trazer recursos na historia do cliente.

“O observador/terapeuta ,que era visto como aquele que observava o mundo e o descrevia de fora, passa a ser visto como parte do mundo que descreve: “a realidade é uma construção do observador”.

Aqui essa esterilidade de achar que o olhar do terapeuta é completamente neutro, não se aplica, porque o mundo não esta dado, ele é uma construção que se dá em interação, em relação, numa troca de intersubjetividades.


Se o mundo é instável, mutante e complexo, se olhar um todo é olhar a sua trama de relações, a Terapia Sistêmica oferece recursos para que você possa conhecer os sistemas que te compõe, para que você possa estar cada dia mais consciente das tramas relacionais que te constroem. A realização e bem estar se dá quando conseguimos compreender o movimento da vida, sem a necessidade de controlar, encontrando respostas que gerem os resultados que manifestem o que desejamos materializar. Nesse ponto, a compreensão de recursos na nossa comunicação se torna uma ferramenta primordial na transformação da realidade. Compreender nossas crenças conscientes e inconscientes, que nos levam a focos positivos ou negativos, também potencializam ou sabotam respostas potentes no caminho do auto-cuidado.


Então sobre o olhar sistêmico:

-Mesmo em silêncio estamos comunicando algo.

-A comunicação traz dois focos: digital ou de conteúdo( comunicação expressa, verbal); analógica ou relacional(comunicação corporal, não verbal)

- Todo sistema tem suas regras de pertencimento e auto-preservação.

- Toda transformação convida a uma desconstrução do equilíbrio.

- a Homeostase de um sistema passa pela compreensão e construção de sentidos para o desequilíbrio.

- Aprender a alinhar a comunicação de conteúdo e relacional em si, e conseguir compreender a comunicação do outro, auxilia muito a resolução de conflitos.

- não se pode compreender um indivíduo isolando-o do seu contexto.


E então, o que achou das bases fenomenológicas da Terapia Sistêmica? Faz sentido para você?


Terapeuta Chalaina Silvia Anjos

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